A obra Antígona do poeta Sófocles, é classificada como tragédia. Aristóteles considera que o objetivo das tragédias era provocar uma forte impressão no público para que refletissem sobre as paixões (pathos) e os vícios humanos. Em sua obra Poética (IV-26), assim conceitua a tragédia:
“Tragédia é a representação de uma ação elevada, de alguma extensão e completa, em linguagem adornada, distribuídos os adornos por todas as partes, com atores atuando e não narrando; e que, despertando piedade e temor, tem por resultado a catarse dessas emoções.”
Antígona foi escrita com esse objetivo, de levar à reflexão sobre os conceitos explorados: seguir as leis divinas ou as leis dos homens?
As leis divinas são transmitidas pela família, de pai para filho, com raízes na moral, bons costumes, justiça, equilíbrio nas decisões.
As leis dos homens, geralmente, emanam da autoridade constituída e que pode ser corrompida pela soberba, gerando injustiça e, muitas vezes, fere a moral e os bons costumes ditadas pelas leis divinas.
A personagem Antígona representa o sagrado, o divino, o particular e a personagem Creonte, a cidade, o valor do Estado.
Ao desobedecer às ordens de Creonte, Antígona se posiciona a favor das leis divinas, a religião familiar e o respeito aos mortos e assume as conseqüências, ciente de seu final trágico, mas sem esmorecer.
Creonte, por sua vez, ao conhecer os atos de desacato às suas ordens, se posiciona firme no intento de não ceder a nenhum apelo de clemência ou reconsideração, nem mesmo de seu filho, fechando assim todo e qualquer canal de diálogo que levasse a um desfecho razoável.
Nota-se que a posição irredutível de Antígona, ao infringir o decreto de Creonte, traz à luz um valor universal, que vai além do poder de um governante, o respeito que merece um ser humano, independente de culpa.
A atitude de Creonte visa manter a ordem e o poder por ele estabelecido, de tal forma que para ele os fins justificam os meios, independente de razão ou crença pessoal. Projeta autoritarismo, ganância, prepotência e soberba.
O choque das duas posições leva à reflexão sobre a relatividade de todas as coisas e, principalmente, daquilo que é moral, justo e legal. Pois, nem sempre o que é legal é justo e/ou moral.
O final trágico de Antígona, na peça, se revela como uma punição por ter assumido uma posição que só competia aos deuses, a aplicação das leis divinas, a justiça. Com a morte da mulher e do filho, Creonte foi punido pelo desequilíbrio nas ponderações, o autoritarismo e ganância que o cegaram, a ponto de levar ao extremo a sua decisão.
Antígona é redimida com a morte, e Creonte sucumbiu à devoção ao poder, à lei imposta por ele mesmo.
A peça aborda nitidamente que o poder divino, naquela época, era muito presente na vida dos gregos e como os deuses gregos possuíam características humanas, suas leis podiam entrar em conflito com as leis humanas e isso causaria um caos nos valores da época. A peça deixa notório o valor do equilíbrio nas decisões e a susceptibilidade das duas leis ao erro.
sábado, 30 de junho de 2007
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7 comentários:
fiz teatro....
fiz Antígona....
Amo a força que essa mulher tem e é capaz de transmitir...
senti bem bem a força dela....
Antígona é demasiado linda, demasiado Mulher, demasiado ela mesma.. e demasiado acertiva nas suas escolhas..... Antígona é fascinante..
e mais fascinante ainda é senti-la dentro de nos.... o mais estranho é k ela tinha uma força maior k a minha (e por mais estranho que pareça, encarnei-a de tal modo k sentia essa força a gritar dentro de mim.....sentimento unico..e inexplicavel)
parabens pelo post!!!
fiz teatro....
fiz Antígona....
Amo a força que essa mulher tem e é capaz de transmitir...
senti bem bem a força dela....
Antígona é demasiado linda, demasiado Mulher, demasiado ela mesma.. e demasiado acertiva nas suas escolhas..... Antígona é fascinante..
e mais fascinante ainda é senti-la dentro de nos.... o mais estranho é k ela tinha uma força maior k a minha (e por mais estranho que pareça, encarnei-a de tal modo k sentia essa força a gritar dentro de mim.....sentimento unico..e inexplicavel)
parabens pelo post!!!
A ANÁLISE AQUI DESCRITA SOBRE A OBRA DE SÓFOCLES, ANTÍGONA, FOI BASTANTE FELIZ COM RELAÇÃO AOS VERDADEIROS PILARES FILOSÓFICOS DO DIREITO, O QUAL POSSUI GRANDE ESTIMA O DIREITO A VIDA, DIGNIDADE HUMANA, JUSTIÇA, MORAL, ÉTICA.SOU ESTUDIOSA DO CURSO E ESSA ANÁLISE ´SERÁ DE MUITA UTILIDADE PARA MINHA VIDA ACADÊMICA.A OBRA DE sÓFOCLES ME TORNARÁ UMA PROFISSIONAL E UMA PESSOA CERTAMENTE MAIS JUSTA!PORQUE É ESSA A MINHA FUNÇÃO COMO OPERADORA DO DIREITO: DÁ A CADA UM O QUE É SEU.
A ANÁLISE AQUI DESCRITA SOBRE A OBRA DE SÓFOCLES, ANTÍGONA, FOI BASTANTE FELIZ COM RELAÇÃO AOS VERDADEIROS PILARES FILOSÓFICOS DO DIREITO, O QUAL POSSUI GRANDE ESTIMA O DIREITO A VIDA, DIGNIDADE HUMANA, JUSTIÇA, MORAL, ÉTICA.SOU ESTUDIOSA DO CURSO E ESSA ANÁLISE ´SERÁ DE MUITA UTILIDADE PARA MINHA VIDA ACADÊMICA.A OBRA DE sÓFOCLES ME TORNARÁ UMA PROFISSIONAL E UMA PESSOA CERTAMENTE MAIS JUSTA!PORQUE É ESSA A MINHA FUNÇÃO COMO OPERADORA DO DIREITO: DÁ A CADA UM O QUE É SEU.
A ANÁLISE AQUI DESCRITA SOBRE A OBRA DE SÓFOCLES, ANTÍGONA, FOI BASTANTE FELIZ COM RELAÇÃO AOS VERDADEIROS PILARES FILOSÓFICOS DO DIREITO, O QUAL POSSUI GRANDE ESTIMA O DIREITO A VIDA, DIGNIDADE HUMANA, JUSTIÇA, MORAL, ÉTICA.SOU ESTUDIOSA DO CURSO E ESSA ANÁLISE ´SERÁ DE MUITA UTILIDADE PARA MINHA VIDA ACADÊMICA.A OBRA DE sÓFOCLES ME TORNARÁ UMA PROFISSIONAL E UMA PESSOA CERTAMENTE MAIS JUSTA!PORQUE É ESSA A MINHA FUNÇÃO COMO OPERADORA DO DIREITO: DÁ A CADA UM O QUE É SEU.
Deu até calafrios. RS credo!!!
Antigona de Sófocles, com certeza, é um bom referencial para quem busca conhecer mais sobre justiça e poder do estado. Mas foi na literatura que encontrei prazer em ler tal obra.
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