ARISTÓTELES E TOMÁS DE AQUINO NO PENSAMENTO MEDIEVAL
A Europa só conheceu a importância da filosofia de Aristóteles a partir do século V e VI quando apareceram as primeiras bibliotecas e a nobreza passou a ler em grego. Com o surgimento das universidades, que quebraram o monopólio educacional da Igreja, a filosofia aristotélica foi traduzida do grego para o latim e do árabe para o latim.
A Europa só conheceu a importância da filosofia de Aristóteles a partir do século V e VI quando apareceram as primeiras bibliotecas e a nobreza passou a ler em grego. Com o surgimento das universidades, que quebraram o monopólio educacional da Igreja, a filosofia aristotélica foi traduzida do grego para o latim e do árabe para o latim.
“Os pensadores europeus do século XIII, cujo modelo era Tomás de Aquino, encontraram nos textos de Aristóteles não somente o vigor de um pensamento filosófico desconhecido até então, mas, sobretudo, o corpo de uma obra científica que eles consideraram a realização da ciência da época antiga. [...] Apesar de ter sido visto com suspeita pelas autoridades eclesiásticas, esse “Aristóteles dominicano” dominou rapidamente toda a vida intelectual européia, transformando-se no obstáculo mais formidável para a renovação do pensamento”. (Scientific American Brasil-Aristóteles)
Até o século XIII, o ocidente foi marcado pelo pensamento de Agostinho, o qual colocou a fé acima de tudo, até acima do conhecimento, o teocentrismo cristão. Segundo a teologia agostiniana, a natureza humana é, por essência, corrompida, estando na fé em Deus a remissão, ou seja, a salvação eterna.
Essa visão pessimista em relação à natureza humana foi substituída por uma concepção mais otimista e empreendedora do homem, a filosofia escolástica, que preconizava que o progresso do ser humano não dependia apenas da vontade de Deus, mas do esforço do próprio homem, desse modo tentava assimilar as transformações sociais e preservar os valores da igreja e do feudalismo para assegurar a supremacia da igreja.
Com a análise minuciosa das obras de Aristóteles e inspirado na teologia cristã, Tomás de Aquino elaborou a Summa Theologica, (obra que discorre sobre vários assuntos) defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas, apesar de não negar a importância da fé.
Em Tomás de Aquino, o foco se dá na Criação. Por toda a parte se dá a participação do todo no ato criador de Deus. Assim, não há nada que não seja Criatura (Creatura), a não ser o próprio Criador (Creator).
Todas as coisas são criaturas (Creatura), não somente a alma e o espírito, mas todas s coisas pertencentes à realidade do mundo visível.
Tomando por base a afirmação de que a idéia de que tudo o que pode ser objeto do conhecimento humano, ou é Criatura (Creatura), ou é Criador (Creator), temos que não somente o pensado pode chamar-se, em sentido estrito, de verdadeiro, mas as coisas reais são, de fato, algo pensado.
Sendo assim, poderia se falar de essência das plantas ou de essência do homem, porque (e na medida em que) Deus concebeu as coisas, por isto (e nessa medida) é que elas possuem uma essência.
Na obra Summa Theologica I, 45, 7, Tomás de Aquino afirma:
“Na medida em que ela (Criatura) possua uma forma e uma qüidade, ela reproduz (repraesentat) a Palavra, na mesma medida em que a forma da obra de arte provém do projeto do artista.”
Portanto, as coisas são reais e verdadeiras no divino e no humano, ou seja, a realidade natural está entre o intelecto divino e o intelecto humano. Tomás deixa claro o duplo conceito de verdade das coisas: o ser-pensado por Deus e a inteligibilidade para o espírito humano. Destarte, a frase “as coisas são verdadeiras” significa em primeiro lugar, que as coisas são criadoramente pensadas por Deus e, segundo, que as coisas são por si mesmas acessíveis e apreensíveis para o conhecimento humano.
Por conseguinte, a Criatura (o homem e as coisas) por ela mesma não é nada. A Criatura enquanto em modo de desvelamento do real, desvelamento do ser, está em processo de criação. Daí dizer que tem tripla existência: em Deus, em si mesmo e no pensamento (intelecto). Está, pois implícito, que há três níveis de arte na criação: o poder e a sabedoria criadora de Deus; o poder e a sabedoria criadora do Homem e o poder e a sabedoria criadora da natureza.
Sendo assim, no universo, tudo emana de Deus e tudo retorna para Deus, porque as coisas e o homem são criaturas, que remetem em sua essência ao projeto divino.
No período medieval, a criação do universo e do homem foi intensamente retratada no interior das catedrais e basílicas, desde as cúpulas e abóbadas, até os altares e paredes laterais que, juntamente com os sermões, tinham a finalidade de catequizar os fiéis, pois o analfabetismo era generalizado.
Um comentário:
meus caros, as 1as universidades foram fundadas pela igreja, por isso n faz muito sentido dizerem que as universidades vieram acabar com o monopólio que afirmam...
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